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O Batismo de crianças na teologia de Santo Agostinho

I . INTRODUÇÃO

Segundo o dicionário Oxford Languages, batismo é o primeiro sacramento do cristianismo, que apaga o pecado original de quem o recebe e a este confere o caráter de cristão, porém para os primeiros cristãos representava muito mais do que cancelamento de pecados e sim o começo de uma nova vida com Cristo. Paulo acrescenta que ”de sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6:4). Esta afirmação bíblica nos dá uma ideia do que Paulo, e por fim os cristãos da época, pensavam sobre o assunto e seu enfoque principal está na vida nova que o converso adota para si e deve procurar manter esse foco para crescer em graça diante de Deus, ”porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição” (Rm 6.25).

É muito importante entender tais conceitos, portanto, falaremos neste artigo do surgimento da cerimônia e por que foi praticada e estabelecida como doutrina, a partir disso buscaremos entender as várias interpretações posteriores que surgiram ao longo do tempo, em especial o pensamento de Santo Agostinho sobre o tema e procurar entender, porque ele apoiava a ideia de que as crianças recém-nascidas precisam passar pela cerimônia.

II. COMO SURGIU A BATISMO NA IGREJA PRIMITIVA

Logo no começo do evangelho de Mateus, precisamente no capítulo 3 encontramos a perícope narrando o batismo de Jesus, porém vamos nos deter no trecho que fala a respeito de João Batista. O texto em questão diz o seguinte: ”Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados” (Mt 3.5-6). Note que João aparece (versículo 1) pregando no deserto da judeia e sua mensagem principal era o arrependimento dos pecados, palavra que pelo visto chamou muita atenção porque ia ter com ele Jerusalém, Judéia e todas as províncias situadas perto do Jordão, mostrando que sua mensagem tinha grande efeito (versículo 6). Agora estava acontecendo um dos eventos que iria marcar a história do cristianismo posteriormente, pode se dizer que essa foi a primeira vez que a bíblia menciona a cerimônia, e até mesmo a palavra batismo, mas de onde surgiu essa ideia de que era necessário batizar? Autores como Alisson comentam que,

“Na igreja primitiva, os apóstolos seguiram o exemplo de seu Senhor para interpretar a Bíblia hebraica. Jesus havia empregado a tipologia, método que sublinhava a correspondência entre o que havia acontecido no Antigo Testamento (chamado tipo) e alguma coisa em sua própria época (chamada antitipo). De modo parecido, os autores do Novo Testamento usaram a tipologia. Assim, Adão é um tipo de Jesus Cristo, e ambos representam toda a humanidade (Rm 5.12-21). O dilúvio de Noé corresponde ao batismo cristão, em uma representação da salvação do julgamento divino (I Pe 3.18-22). (ALISSON, 2107, p. 194).

O autor sugere que ao ler os textos bíblicos do AT chegavam a conclusões que os levava a acrescentar formas a cerimônias baseadas em alusões feitas a escritores bíblicos anteriores, dando evidência da forma atual das pessoas serem aceitas no reino de Deus.

Um dos fatores que deu força a essa nova forma de aceitação no corpo de Cristo foi o progresso da doutrina do Deus trino e “a medida que a doutrina da Trindade ia sendo desenvolvida, a prática de batizar no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo passava mais e mais a ser entendida à luz dessa doutrina”. (ALISSON, 2107, p. 278), no caso, a luz da doutrina do batismo. Isso fez com que a igreja primitiva aceitasse amplamente a cerimônia batismal como sendo de importância para novos conversos, o próprio batismo de Jesus se torna uma evidência clara de que batizar era uma ordenança que devia ser adicionada ao corpo de doutrinas da igreja, portanto, Ele foi batizado. Cumpriu em Seu batismo um propósito definido, porque “em seu batismo no rio Jordão — recebeu Cristo, que veio de cima e desceu (sobre ele) na forma de uma pomba” (ALISSON, 2107, p. 279). Recebeu em sua humanidade o dom do Espírito Santo (At. 2.38). Foi por essa razão, que consentiu que João o batizasse mostrando, que assim como Ele, nós necessitamos passar pela experiência para que nosso ministério junto ao corpo da igreja possa ser endossado pelo mesmo Espírito. Concluímos que, não só temos evidências, mas  o próprio Jesus foi quem instituiu a cerimônia do batismo e Dederen confirma quando fala sobre sacramento,  dizendo ser ”cerimônia religiosa instituída por Jesus Cristo, como o batismo, o Lava-pés e a Ceia do Senhor” (DEDEREN, 2011, p. 27). Isso é manifesto na forma como aconteceu o evento de Seu batismo ”e, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele e eis que uma voz dos céus dizia: este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.16-17). Admitimos que, já existia uma forma de fazer parte do povo de Deus e era através  da circuncisão,  porém isso mudou, mas em que sentido? Dederen (2011)  diz que a circuncisão era tida como um sinal de pertencimento à comuni­dade judaica, substituída pelo batismo na igreja cristã. Nesses casos, o que foi alterado é a forma e não o significado, porém essa nova maneira de ingressar na igreja trouxe luz maior sobre o conceito de ser cristão para aqueles que aceitavam Jesus e essa luz ampliada ganha maior sentido vista da perspectiva de Paulo em Romanos 6.4 e de Dederen que diz: 

“O rito do batismo é ministrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esses três grandes poderes do Céu Se comprome­tem a ser a eficiência de todos quantos se submetem a essa ordenança e se mantêm fiel ao voto então prometido (MR6, 27)”  (DEDEREN, 2011, p. 202).

Então, o batismo do mestre Jesus mostra que, além de ser o idealizador, foi também o exemplo perfeito para aqueles que desejam chegar a Ele.

III. CIRCUNCISÃO E O BATISMO

Como já mencionado, o batismo de certa forma substituiu a circuncisão praticada até então, porém o significado de ambos não foi alterado, porque ”todos quantos fariam parte da semente de Abraão descobriríam que Deus é seu Deus, e que eles são Seu povo. A circuncisão seria um sinal (Gn 17:11) desse correto e já existente relacionamento com Deus constituído pela fé (Gn 15:6; Rm 4:9-12)”. (DEDEREN, 2011. p.311). Assim se dá com o batismo onde o indivíduo é feito discípulo, é batizado numa apresentação pública diante da sua comunidade de crentes, em reconhecimento do seu novo relacionamento de fé com Deus. Uma coisa não vem antes da outra, porque para receber as bênçãos prometidas do céu é necessário aceitar de forma pessoal e racional os reclamos desse novo relacionamento, e para aqueles que podem, ser batizados nas águas, portanto  “aqueles que, pelo batismo, compro­meteram-se diante de Deus a exercer sua fé em Cristo e morrer para a velha vida de pecado, entraram numa relação de aliança com Deus” (DEDEREN, 2011, p. 202), o mesmo acontecia com a circuncisão que assim como o batismo era sinal de aliança com Ele. “Abraão foi declarado justo, não em virtude da circuncisão, mas em virtude da fé.” Justino Mártir, Dialoguewith Trypho, a Jew, 92, in: ANF, 1:245″. (ALLISON, 2017, p. 596), logo para ser justo diante de Deus não é a cerimônia que promove o milagre e sim a fé em Jesus, portanto circuncidar, como era no passado, ou batizar conforme praticado hoje, deve refletir a mudança que Deus operou anteriormente no coração. Ambas as cerimônias são colocadas como sinal exterior do que ocorreu no interior daquele que aceita viver uma vida com Deus, porém a circuncisão não existe mais porque foi substituída pelo batismo, sinal que trouxe ainda mais significado para todo aquele que ingressa pela fé na vida com o Filho de Deus, logo o batismo infantil praticado ainda hoje por algumas comunidades religiosas não faz muito sentido. Passaremos a analisar alguns argumentos apresentados para o estabelecimento dessa teologia, e como proposto a princípio, veremos quais argumentos Agostinha apresenta para validar esse pensamento.

IV. O BATISMO DE CRIANÇAS

O batismo de crianças recém-nascidas ganhou força na idade média e os pensadores da época tinha o seu modelo teológico que divergia em um ponto ou outro dos demais e  Agostinho desenvolveu o seu, ele diz:

“atribuí aos desígnios ocultos de Deus ao terdes conhecimento do que acontece a crianças, as quais são portadoras do mal hereditário de Adão: enquanto umas são socorridas pelo batismo, outras não o são e morrem com essa mancha” (PATRÍSTICA VOL. 40, 1995, p. 45). 

E diz mais: “é, portanto, certo dizer que as crianças que morrem sem batismo estarão na mais branda de todas as condenações”. (PATRÍSTICA VOL. 40, 1995, p. 45). Algo um tanto complicado de aceitar porque sua afirmação remete ao fato que tais crianças morrem sem esperança de salvação, ao contrário  White (2015) diz que os pais com  filhos e esses desejam ser batizados devem se atentar a alguns fatos. Ver se estão sendo um bom modelo e devem estar ensinando seriamente seus filhos, por ser o batismo uma cerimônia muito séria e sagrada, portanto, é importante entender o seu significado. Simboliza o arrependimento do pecado e uma nova vida em Cristo Jesus. Não deve haver precipitação neste ritual. Notamos que enquanto Agostinho apoia que deve haver batismo de crianças em tenra idade e que sem passarem pela cerimônia estão perdidas, White afirma que deve haver preparo dessas crianças, sugerindo que as mesmas devem tomar consciência dessa decisão,  jogando por terra o argumento de Agostinho. O próprio Jesus disse para deixar ir a ele os pequeninos e não os impeçais porque tais crianças desejavam, por si sós, chegar junto ao salvador, denotando um ato consciente da parte delas (Mt. 19.14). Não é mencionado uma única vez que Cristo tenha recebido crianças que ainda não tinham idade suficiente para entender a natureza do reino de Deus.

Para Cipriano, em sua doutrina de batismo de recém nascidos, ”o batismo dos bebês é necessário, não porque os recém-nascidos tenham cometido qualquer pecado pessoal, mas porque herdaram o pecado e a morte do seu primeiro pai, Adão”. (ALISSON, 2017, p. 413) Seu pensamento entra em acordo com afirmação bíblica de Romanos 8.23 até o ponto em que todo recém-nascido herda o pecado original, ao que Paulo diz ”todos pecaram e carecem da glória de Deus” […] a morte passou a todos os homens porque todos pecaram” (Rm. 8.23, Rm 5.12). Agostinho aparentemente compartilhava da mesma ideia de pecado original, e também fundamentou sua teologia do batismo de infantes com base neste pensamento “ao sublinhar essa identidade comum entre Adão e a sua descendência, Agostinho desenvolveu seu argumento, já afirmado por seus predecessores, da solidariedade existente entre o primeiro homem e a humanidade como um todo.” (ALISSON, 2017, p. 418) Ele cria que todos os homens deveriam ser batizados em seu nascimento porque só assim estariam livres da condenação eterna e usou este argumento para provar sua posição, ele diz:  “[…] os seres humanos nascem e a condenação que — em virtude do pecado de Adão e da natureza herdada e corrompida que os leva a pecar sempre que agem — paira sobre todos os não batizados […]”. (ALLISON, 2017, p. 418), portanto é necessário que todos devessem ser batizados para enfim serem livres e desfrutarem das bênçãos que advêm dessa atitude, porém, no caso de Agostinho, os bebês  também, levadas por seus tutores, deviam ser batizados e para fundamentar sua posição usou por base Romanos 5.12.

Dois argumentos ele propõe para realização do batismo de crianças, o primeiro tem de ver com a circuncisão e segundo com o pecado original que discutiremos logo a seguir. Sobre a circuncisão ele diz,

”E assim como em Isaac, que foi circuncidado no oitavo dia de seu nascimento, precedeu o sinal da justiça da fé e, porque imitou a fé de seu pai, veio em consequência a própria justiça, cujo sinal precedera na criança, assim nas crianças batizadas precede o sacramento da regeneração e, se mantiverem a piedade cristã, sobrevirá também a conversão em seu coração, cujo mistério precedeu no corpo” (PATRÍSTICA VOL. 42, 1995, p. 32).

Ele coloca que por herdar de Adão o pecado original, “o batismo é necessário às crianças por causa do perdão do pecado original”  (PATRÍSTICA VOL. 42, 1995, p. 32), o que concorda com doutrina bíblica do pecado (Rm. 3.23), inclusive ele refuta alguns argumentos que dizem que o batismo deve ser ministrado a quem desse teologia, então ele conclui que por terem sido circuncidadas aos oito dias as crianças precisam ser batizadas assim que nascem, sendo que o batismo substituiu a circuncisão, um argumento plausível, porém que contradiz em sua essência o significado do batismo porque o batismo não torna cristãs as crianças, tampouco as converte; é apenas um sinal exterior que demonstra sentirem dever ser filhos de Deus, reconhecendo que creem em Jesus Cristo como seu Salvador e que daí por diante viverão para Ele.— Manuscrito 5, 1896″ (WHITE, 1954, p. 466-467). Note que a autora fala que tais crianças precisam reconhecer e crer, dando evidência de que tais já estão em idade suficiente para tomada dessa decisão. Jhon Piper também argumenta que “Se o Batismo fosse apenas um paralelo do rito do Antigo Testamento sobre a circuncisão não teria que acontecer pela fé, já que as crianças não recebiam a circuncisão pela fé” (PIPER, 2015, p.15), justamente por não terem condições de entender o seu significado, porem Agostinho acreditava que o batismo, além de sacramento, era essencial para entrada no reino de Deus, o que em parte recebe apoio das Escrituras e como visto anteriormente, aquele que  morresse sem estar batizado não seria salvo, logo, em sua perspectiva todos, adultos e crianças deviam ser batizadas (PATRÍSTICA VOL. 13, p. 09). 

Há um porém, Agostinho também entendia que a fé vem antes do sacramento, veja seu argumento:

“Portanto, assim como em Abraão precedeu a justiça da fé e aconteceu a circuncisão como sinal da justiça da fé, assim também em Cornélio precedeu a santificação espiritual no dom do Espírito Santo e aconteceu a santificação espiritual no dom do Espírito Santo, e veio depois o sacramento da regeneração no banho do batismo” (PATRÍSTICA VOL. 42, p. 31).

Onde está então a discordância? O próprio argumento dele é usado para apoiar a ideia de batismo infantil, “para Agostinho, qualquer criança nascida no mundo estava contaminada com pecado, e o batismo era meio indispensável para resolver esse problema” (KELLY, 2015, p. 326-327), portanto, ele acreditava que por herdar de Adão o pecado original essas já nasciam em condenação, isso era motivo suficiente para que elas devessem ser batizadas, ao contrário de outros pensadores, como vimos anteriormente, que concordam que somente após certa idade e por escolha própria tais crianças poderiam passar pela cerimônia do batismo, como ele próprio afirma e determina,

“A conclusão é que ou crianças precisam de salvação ou não entram no plano da salvação. No primeiro caso, não tendo pecados pessoais, têm o pecado original; no segundo, estão fora da salvação. Em todo caso, há o pecado que separa de Deus, e não existe reconciliação senão pelo único Mediador, de cuja morte e ressurreição se começa a fazer parte pelo batismo, que a Igreja desde muito cedo administrava às crianças” (PATRÍSTICA VOL. 40, p. 113).

V. CONCLUSÃO

Por fim, muito ainda se discute sobre natureza do batismo em seus vários aspectos, mas como procuramos esclarecer, não encontramos paralelo bíblico que apoie a doutrina do batismo de crianças recém-nascidas, mesmo que pensadores como Agostinho deem sua contribuição a favor, a hermenêutica bíblica desconstrói tais argumentações, pois não encontram nela apoio para se sustentar como uma doutrina válida. No Novo Testamento, por exemplo, não se vê nenhum comentário de seus escritores sobre o tema, embora o catolicismo moderno em seu catecismo argumenta que ”[…] é no entanto bem possível que, desde o princípio da pregação apostólica, quando «casas» inteiras receberam o Baptismo se tenham baptizado também as crianças” (LOYOLA, 2000, p. 394), um argumento plausível, mas que diante das referências bíblicas ou falta delas, mais se parece com uma dedução e segundo Piper (2107), até os dias dos pensadores da idade média, incluindo Agostinho, todos os batismos haviam sido batismos de crentes, não de bebês. A razão para não proceder dessa forma foi que o batismo é sinal de pertencer a nova aliança, constituída não por nascimento ou identidade étnica, mas, pelo arrependimento e fé em Jesus Cristo. 

Referências:

KELLY, J.N.D. Patrística: Origem e Desenvolvimento das Doutrinas da Fé Cristã. São Paulo – SP: Vida Nova, 2015. 

Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edição típica Vaticana, Loyola,

2000. 

PATRÍSTICA VOL. 40, Santo A. O Castigo E O Perdão Dos Pecados E O Batismo Das Crianças. São Paulo – SP: Paulus, 1995. 

PATRÍSTICA VOL. 42, Santo A. O Castigo E O Perdão Dos Pecados E O Batismo Das Crianças. São Paulo: Paulus, 1995.

PIPER, John. Uma série de estudos sobre o batismo. Minneapolis: Desiring God Foundation, 2015.

WHITE, Ellen G. Orientação da Criança. Tatuí SP: Casa Publicadora Brasileira, 1954. 

PATRÍSTICA VOL. 13, Santo A. A graça II. São Paulo: Paulus, 1995. 

ALISSON, Gregg R. Teologia histórica: uma introdução ao desenvolvimento da doutrina cristã. São Paulo: Vida Nova, 2017.

DEDEREN, R. Tratado de Teologia. Tatuí SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.

ALMEIDA, João Ferreira de. Trad. A Bíblia Sagrada (revista e atualizada no Brasil) 2 ed. São Paulo. Sociedade Bíblica Brasileira, 1993.

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